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Esta é uma obra de ficção dedicada a ninguém.

27 de abril de 2014

Foi ótimo. Ficar conversando com você, ou mesmo não dizer nada, você me entendia tão bem, e eu te entendia tão bem. Passávamos o dia inteiro conversando, depois de um tempo a gente parava, se acomodava, se olhava, se abraçava. As vezes riamos mais do que falávamos, você me contava sobre as suas cores preferidas e eu te contava sobre o episódio novo da minha série favorita. Você não gostava, mas escutava mesmo assim, fazendo o possível para fingir que estava gostando de ouvir sobre sobrenatural. As vezes você me contava um segredo mais oculto sobre a sua vida, sobre a sua vida amorosa, sobre a sua primeira namoradinha e como ela conseguiu te magoar tão profundamente. Você contou sobre as garotas. Contei sobre os garotos. Contou sobre seus pais, irmãos, família, sobre aquela festa, aquela viagem, aquele sonho. E todas as vezes tínhamos a sensação de já ter visto aquele momento, uma espécie de Djavan. E eu te contei sobre aquela vez na pizzaria, sobre o meu sorvete preferido e o meu medo por chuvas.  Isso era tudo. Aquelas conversas que duravam o dia inteiro e até virava a noite, as ligações e tudo o que você me dizia até eu pegar no sono, mas eu nunca confessava que estava com sono. Mas você sempre foi tão esperto, sempre entendeu tudo o que eu não queria impor. E eu ouvia e ria das suas histórias. Eu tinha certeza que poderia deixar qualquer dia por essas noites de conversas contigo, e foi o que eu fiz. O inverso.


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